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Constelação dissolve conflitos familiares

“Depois da Constelação eu entendi que, por mais que tenha a guarda da minha neta, eu não sou a mãe. Ela tem que reconhecer a mãe dela. Para mim é difícil, mas tenho que aceitar”, disse, emocionada, a autônoma Regina da Silva, 44 anos, após participar de uma constelação durante o lançamento do Projeto “Constelação Familiar” na última sexta-feira, 17, na Comarca de Capanema. Após a aplicação do método, Regina obteve a guarda unilateral da neta e ainda fez o acordo para que a mãe tivesse o livre direito de visita. Segundo o juiz da Comarca de Capanema, Agenor de Andrade, a Constelação proporcionou o acordo e o fim do processo que era muito complexo e já tinha passado por várias tentativas de conciliação. Depois do acordo, mãe e filha saíram juntas do Fórum, embora a guarda contoinue sendo da avó. Em seu discurso, a coordenadora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Soluções de Conflitos do Tribunal de Justiça do Pará (Nupemec), desembargadora Dahil, agradeceu à Comarca pela iniciativa de abraçar o projeto e afirmou que “a Constelação busca humanizar o Judiciário por meio de uma cultura de paz, além de possibilitar o equilíbrio do sistema familiar através da percepção da carga emocional envolvida em cada situação”. Após a cerimônia de lançamento, a oficiala de justiça Carmem Sisnando, voluntária na execução do projeto junto ao Judiciário do Pará e doutoranda em Constelação Familiar pela Universidade de Lisboa, ministrou uma palestra sobre a importância da Constelação na solução dos conflitos. “As pessoas nem sempre estão dispostas a mudar de atitude e acabam transferindo a responsabilidade de mudar para o outro. É preciso estar disposto a enxergar o problema e a trilhar um novo caminho”, analisou. Os pontos mais abordados na palestra foram a alienação parental e a violência doméstica. “Quando a mãe diz ao filho que o pai dele não presta, ela está dizendo: meu filho, uma parte de você não presta, negue essa parte. Isso traz muitos traumas para a criança”, afirmou Carmem. Para exemplificar o conflito, a palestrante misturou água ao café, simbolizando o pai e mãe, e pediu aos participantes que separassem uma substância da outra. “Pai e mãe são a única instituição que nunca poderá ser separada, portanto a Constelação trabalha o reconhecer na criança a importância do pai e da mãe. Os pais não podem ver nos filhos a culpa pelas suas escolhas erradas”, advertiu. As pessoas que aguardavam a audiência do mutirão de investigação de paternidade assistiram a palestra e ficaram muito sensibilizadas. “Um pai desistiu do exame de DNA e reconheceu voluntariamente a filha e ainda fixou alimentos. Os demais fizeram acordo para custear o exame de paternidade”, comemorou o juiz da Comarca de Capanema, Agenor de Andrade. De acordo com o juiz, o próximo passo será a capacitação dos servidores, que ocorrerá no mês de março deste ano, e a identificação dos processos possíveis de serem levados para a Constelação. O magistrado também afirmou que a expectativa é expandir o projeto para a esfera pré-processual, diminuindo as chances de o conflito chegar ao judiciário. As Servidoras da Rede de Proteção do Município de Capanema esclareceram dúvidas sobre a metodologia e se mostraram interessadas em capacitar a Rede para desenvolver a Constelação e evitar que conflitos sejam levados ao Judiciário. “O Centro de Capanema é referenciado em violência doméstica e violação de direitos de crianças. Mas o sistema só garante o atendimento para as vítimas. O interesse na Constelação é poder atender a família com o todo”, explicou a psicóloga Elenilda Souza. Outra frente de trabalho sugerida pela psicóloga seria ajudar as mulheres a romperem com o ciclo da Violência doméstica, levando a Constelação tanto para a vítima como ao agressor. O juiz da Comarca de Capitão Poço, Rafael Maia, participou da reunião para conhecer melhor o método da Constelação Familiar e afirmou que fará o pedido para implantação do projeto naquela Comarca. A pedido do juiz da Comarca de Bragança, a servidora Cibele Pessoa também foi ao Fórum de Capanema. “Já pedi a desembargadora Dahil a implantação da Constelação na Comarca de Bragança. A expectativa é fazer algo já no mês de março na semana da mulher. Sem dúvida, a grande problemática do processo são os conflitos emocionais”, ressaltou. A defensora pública e a promotora de justiça, respectivamente, Eliana magno e Maria José Carvalho, também participaram do evento e demostraram interesse em atuar como parceiros na implantação do projeto. Constelação familiar é um método que revela o que está por traz do conflito, identificando a real percepção do problema e as possibilidades de solução. O método é realizado com bonecos ou pessoas que serão movimentadas de acordo com a percepção e sentimentos de quem está sendo constelado. As dinâmicas apontam não só o problema, mas também a solução. O projeto é coordenado pelo Nupemec.
Fonte:
TJ Para
20/02/2017 (00:00)

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