Irmãos são condenados em júri de Ananindeua
Os réus Sérgio Maurício Rodrigues da Silva, conhecido popularmente como Pelado, e Cristiano Rodrigues da Silva, também chamado de Corujito, foram condenados, na tarde desta quarta-feira, 12, pelo Conselho de Sentença, que acolheu as teses sustentadas pelo Ministério Público do Pará. O Tribunal do Júri teve a duração de dois dias, no Fórum Des. Edgar Lassance Cunha, em Ananindeua, sob a presidência da juíza Cristina Collyer, titular da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Ananindeua.
Sérgio foi condenado pelo homicídio com a qualificadora que dificultou ou impossibilitou a defesa de uma das vítimas, assim como pela ocultação de cadáver da mesma. Em relação à outra vítima, que à época era adolescente, também foi condenado pela tentativa de homicídio e estupro de vulnerável. A soma das penas pelos crimes cometidos foi de 59 anos e 2 meses de prisão em regime inicial fechado. A magistrada manteve a decretação de prisão preventiva dele.
De acordo com as conclusões da perícia psiquiátrica legal e a decisão do Conselho de Sentença, o juízo determinou que o condenado seja transferido do hospital de custódia para o estabelecimento penal de regime fechado.
Já Cristiano foi condenado pelo crime de ocultação de cadáver da vítima em um ano e nove meses de prisão. A juíza Cristina Collyer concedeu o direito de apelar em liberdade, considerando que ele responde o processo na condição de réu solto, não havendo motivos para mudança de entendimento.
Crime
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Pará e acatada pela Justiça de Ananindeua, Sérgio é acusado de violentar sexualmente, assassinar e ocultar o cadáver de uma mulher, além de violentar sexualmente e tentar matar a outra vítima, à época uma adolescente de 14 anos. Segundo o processo, Cristino presenciou a agressão praticada contra a segunda vítima e participou da ocultação do cadáver da primeira mulher. A segunda vítima sobreviveu à tentativa de homicídio.
Narram os fatos que o crime ocorreu em 13 de outubro de 2014, quando a vítima fatal convidou a adolescente para ir até à casa de Sérgio, pois precisava conversar com ele. Na residência, a adolescente foi buscar água na cozinha e deixou a colega conversando com Sérgio. No retorno da cozinha, o acusado lhe abordou e a ameaçou com uma arma de fogo, sendo levada para o quarto, onde ficou trancada.
Sérgio retornou ao quarto após um período de tempo, ameaçou a adolescente e a violentou sexualmente. Após o estupro, ele a obrigou tomar algumas pílulas, informou que sairiam ao anoitecer e confessou o homicídio de sua colega. Ao retornar para o quarto, a adolescente foi vestida em um lençol e ordenada a sair pelo quintal, ocasião em que se encontraram com Cristiano e o filho dele.
A adolescente foi levada para o matagal e foi agredida com um golpe na cabeça, fazendo perder os sentidos. Ela acordou no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência e o corpo da outra mulher foi encontrado amarrado dentro de um saco de sarrapilheira, com vários golpes de arma branca e sinais de violência sexual, em um terreno baldio por moradores da área do Icuí-Guajará.